Temas da AT3

A AT3 cobre dois grandes campos de pesquisa, ensino e intervenção prática aos que se dedicam membros da Rede. O primeiro é o “ciclo urbano da água”, que inclui os processos de extração, produção, circulação, uso e retorno às fontes da água em suas múltiplas dimensões e formas, em perspectiva inter e transdisciplinar. O segundo campo se intersecta com o primeiro mais inclui também processos que acontecem fora do espaço urbano, já que se ocupa dos serviços públicos essenciais baseados de uma u outra forma no uso da água, incluindo a distribuição de água para consumo humano, a gestão de águas residuais, a gestão de águas pluviais, etc. Este campo tem interseções com várias outras Áreas Temáticas, incluindo a AT5 Água e Saúde, a AT6 Bacias e Territórios Hidrosociais, e a AT8 Água e Desastres.   Temas destacados que trabalham os membros da AT3:
  • A política da água: gestão da água e configurações de poder social e político.
  • Mercantilização / privatização / internacionalização de empresas públicas de saneamento – Experiências de privatização e desprivatização de serviços de saneamento
  • Emergência de empresas “progressistas” de saneamento (conceptualização e formas de operação).
  • Parcerias público-públicas, público-comunitárias, e comunitário-comunitárias para a gestão dos serviços essenciais de saneamento urbanos e rurais.
  • Os processos multidimensionais de valoração da água (valor econômico, valor cultural, valor “intrínseco”, etc.)
  • Lutas pela democratização da política e a gestão da água urbana e dos serviços de saneamento.
  • Políticas sobre o ciclo urbano da água e os serviços de água essenciais baseadas sob o princípio da igualdade.
  • Política da água e construção da cidadania; o acesso a água como direito e bem social, comum, público. Vínculos entre os cidadãos e o Estado através dos sistemas de distribuição da água.
  • Inovações sociotécnicas para democratizar a política e a gestão dos serviços de água e saneamento.
  • O significado, as contradições e os desafios que apresenta a noção do “direito humano a agua”. Legislação e práticas em matéria do direito humano a água.
  • Gestão integrada da água.
  • Resiliência socio-hídrica urbana. Gestão da incerteza hídrica, ameaça de secas e enchentes, etc. Gestão do metabolismo urbano, balanço entre qualidade de vida urbana e impacto ambiental do ciclo urbano da água. Gestão do crescimento urbano e seu impacto sobre o ciclo hídrico.
  • Gestão da água de chuva em cidades (recolecção, tratamento, armazenamento, distribuição, usos, legislação, etc.).
  • Práticas individuais e coletivas de acesso e distribuição da água.
  • Redes sociais (de parentesco; históricas, políticas, comerciais) vinculadas aos intercâmbios cotidianos de água.
  • Relações de poder associadas ao saber e a implementação de diversas técnicas para a captação, tratamento e transporte da água de consumo.
  • Representações da natureza, o ser humano e a sociedade vinculadas as formas de acesso e usos da água.
  Relação destes temas com os objetivos e prioridades de pesquisa da Rede Os temas principais da AT3, “O ciclo urbano da água e os serviços públicos essenciais”, estão relacionados com os objetivos estratégicos e específicos da Rede em diferentes níveis. Por uma parte respondem ao debate teórico, principalmente nos campos da sociologia ambiental, os estudos urbanos, as teorias do desenvolvimento e suas críticas, a economia ecológica e a ecologia política, as teorias da complexidade, entre outras. Por outra parte, os temas da AT3 contribuem à discussão metodológica promovendo pesquisas em diferentes áreas do conhecimento: a antropologia e a geografia urbana, as ciências ambientais, a ciência política, as ciências da saúde, o direito, a economia, a história, a engenharia, o planejamento urbano, as políticas públicas, e a sociologia, entre outras, propondo o desenvolvimento de coordenações interdisciplinares para abordar os processos e dinâmicas complexas próprias do ciclo urbano da água e dos serviços públicos essenciais baseados na água. O enfoque inter e transdisciplinar permite também considerar diferentes aspectos do ciclo urbano da água: sua dimensão social e política, seus aspectos simbólicos, sua dimensão material e técnica e sua relação com os campos da ecologia e da saúde. A participação de pesquisadores de diferentes países e regiões contribui a consolidar e desenvolver novos vínculos de cooperação entre os pesquisadores e suas instituições, assim como com outros colegas e organizações. Por outra parte, a incorporação de atores não académicos, desde especialistas do setor público em todos seus níveis, representantes sindicais, de ONGs, e de movimentos comunitários e sociais, entre outros, permite promover a coprodução de conhecimentos em perspectiva transdisciplinar e fortalece os vínculos entre a academia e os setores sociais, particularmente aqueles que lutam pela democratização substantiva da política e da gestão da água.   A temáticas e as atividades realizadas pelos membros da área estão orientados pelos Objetivos e as Prioridades de pesquisa da Rede WATERLAT-GOBACIT, já que a AT3
  • Analisa de maneira crítica os discursos dominantes relacionados com a política e a gestão da água e dos processos de produção de conhecimento sobre a água e os serviços baseados na água.
  • Estuda os conflitos que emergem em relação ao acesso e a distribuição da água nas cidades.
  • Considera as infraestruturas e tecnologias hídricas como produtos de sistemas socioeconômicos, culturais e políticos particulares.
  • Reflete sobre a “politização” e a “despolitização” das questões hídricas em contextos urbanos e em relação aos serviços básicos de saneamento em geral.
  • Aborda diferentes formas de gestão da água e as articulações entre modelos e regímenes de gestão.
  • Avalia as políticas públicas da água desde uma perspectiva crítica, que assume a necessidade de priorizar políticas fundadas no princípio da igualdade e o rejeito de políticas excludentes.
  • Contribui a visibilizar as lutas populares (lideradas pelos movimentos sociais, organizações civis, sindicatos, e outros atores relevantes) pelo acesso à água e pela democratização da política e da gestão da água.
  • Promove enfoques interdisciplinares, integrando as disciplinas sociais e tecno-científicas, e as humanidades, incluindo a história, nos processos de produção de conhecimento, ensino, e formulação de propostas de intervenção prática. Adopta a transdiciplinaridade como princípio orientador e como prática, envolvendo atores não académicos, movimentos sociais, representantes do sector público, dos sindicatos, das organizações comunitárias, etc. em esses processos.
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